Funk

FUNK 

Funk (também conhecido como soul funk ou funk de raíz)[1] é um estilo bem característico da música negra norte-americana, desenvolvido a partir de meados dos anos 1960 por artistas como James Brown e por seus músicos, especialmente Maceo Parker e Melvin Parker, a partir de uma mistura de soul music, soul jazz, rock psicodélico e R&B.
O funk pode ser melhor reconhecido por seu ritmo sincopado, pelos vocais de alguns de seus cantores e grupos (como Cameo, ou os Bar-Kays). E ainda pela forte e rítmica seção de metais, pela percussão marcante e ritmo dançante. Nos anos 70 o funk foi influência para músicos de jazz (como exemplos, as músicas de Miles Davis, Herbie Hancock, George Duke, Eddie Harris entre outros).

História

Os músicos negros norte-americanos primeiramente chamavam de funk à música com um ritmo mais suave. Esta forma inicial de música estabeleceu o padrão para músicos posteriores: uma música com um ritmo mais lento, sexy, solto, orientado para frases musicais repetidas (riffs) e principalmente dançante.
Funk era um adjetivo típico da língua inglesa para descrever estas qualidades. Nas jam sessions, os músicos costumavam encorajar outros a “apimentar” mais as músicas, dizendo: Now, put some stank (stink/funk) on it!” (algo como “coloque mais ‘funk’ nisso!”).
Num jazz de Mezz Mezzrow dos anos 30, Funky Butt, a palavra já aparecia. Devido à conotação sexual original, a palavra funk era normalmente considerada indecente. Até o fim dos anos 50 e início dos 60, quando “funk” e “funky” eram cada vez mais usadas no contexto da soul music, as palavras ainda eram consideradas indelicadas e inapropriadas para uso em conversas educadas.
A essência da expressão musical negra norte-americana tem suas raízes nos spirituals, nas canções de trabalho, nos gritos de louvor, no gospel e no blues.
Na música mais contemporânea, o gospel, o blues e suas variantes tendem a fundir-se.
O funk se torna assim uma fusão do soul, do jazz e do R&B.

James Brown, e o funk como gênero musical

Somente com as inovações de James Brown em meados dos anos 60 é que o funk passou a ser considerado um gênero distinto. Na tradição do R&B, estas bandas bem ensaiadas criaram um estilo instantaneamente reconhecível, repletos de vocais e côros de acompanhamento cativantes. Brown mudou a ênfase rítmica 2:4 do soul tradicional para uma ênfase 1:3, anteriormente associada com a música dos brancos - porém com uma forte presença da seção de metais.[1] Com isto, a batida 1:3 virou marca registrada do funk 'tradicional'. A gravação de Brown feita em 1965, de seu sucesso "Papa's Got a Brand New Bag" normalmente é considerada como a que lançou o gênero funk, porém a música Outta Sight, lançada um ano antes, foi claramente um modelo rítmico para "Papa's Got a Brand New Bag." James Brown e os outros têm creditado a criação do gênero a Little Richard que em turnê com sua banda The Upsetters, com Earl Palmer na bateria, em meados de 1950s, como sendo a primeira a colocar o funk na batida do rock 'n' roll. [2] Após a sua saída temporária da música secular para se tornar um evangelista, alguns dos membros da banda Little Richard, se juntaram a Brown e à sua banda Famous Flames, começando uma seqüência de sucessos em a partir de 1958.

Década de 1970 e atualidade

Nos anos 70, George Clinton, com suas bandas Parliament, e, posteriormente, Funkadelic, desenvolveu um tipo de funk mais pesado, influenciado pelo jazz e Rock psicodélico. As duas bandas tinham músicos em comum, o que as tornou conhecidas como 'Parliament-Funkadelic'. O surgimento do Parliament-Funkadelic deu origem ao chamado P-Funk', que se referia tanto à banda quanto ao subgênero que desenvolveu.
Outros grupos de funk que surgiram nos anos 70 incluindo: B.T. Express, The Main Ingredient, The Commodores, Earth, Wind & Fire, War, Lakeside, Brass Construction, KC and the Sunshine Band, Kool & The Gang, Chic, Cameo, Fatback, The Gap Band, Instant Funk, The Brothers Johnson, Ohio Players, Wild Cherry, Skyy, e músicos/cantores como Jimmy "Bo" Horne, Rick James, Chaka Khan, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos precursores do rap), e os popstars Michael Jackson e Prince. Nos anos 80 o funk tradicional perdeu um pouco da popularidade nos EUA, à medida que as bandas se tornavam mais comerciais e a música mais eletrônica. Seus derivados, o rap e o hip hop, porém, começaram a se espalhar, com bandas como Sugarhill Gang e Soulsonic Force (em parceria com Afrika Bambaataa). A partir do final dos anos 80, com a disseminação dos samplers, partes de antigos sucessos de funk (principalmente dos vocais de James Brown) começaram a ser copiados para outras músicas pelo novo fenômeno das pistas de dança, a house music.
Nesta época surgiu também algumas derivações do funk como o Electro que fazia grande uso de samplers, Caixas de ritmos e sintetizadores. Tais ritmos se tornaram combustível para os movimentos Break e Hip Hop.
Os anos 80 viram também surgir o chamado funk-metal (também conhecido como funk rock), uma fusão entre guitarras distorcidas de heavy-metal ou rock e a batida do funk, em grupos como Red Hot Chili Peppers (rock) e Faith No More (metal).


 


James Brown


James Brown
Informação geral
Nome completo
James Joseph Brown Jr.
The Godfather of Soul ou Papa/Padrinho do Soul
Data de nascimento
Origem
Data de morte
Período em atividade
Gravadora(s)
Afiliações
James Joseph Brown (originalmente James Joseph Brown Jr.), ou simplesmente James Brown (Barnwell, 3 de Maio de 1933Atlanta, 25 de Dezembro de 2006) foi um cantor, compositor e produtor musical norte-americano reconhecido como uma das figuras mais influentes do século XX na música.Que já vendeu pouco mais que 100 milhões de albuns.
Como um prolífico cantor, compositor, dançarino e bandleader, Brown foi uma força fundamental na indústria da música. Deixou sua marca em diversos artistas ao redor do mundo, influenciando até mesmo os ritmos da música popular africana, como o afrobeat, juju e mbalax,[1] e forneceu o modelo para todo um subgênero do funk, o go-go.[2]
Brown começou sua carreira profissional em 1956 e fez fama no fim da década de 1950 e começo da década de 1960 com a força de suas apresentações ao vivo e várias canções de sucesso. Apesar de vários problemas pessoais, continuou fazendo sucesso durante os anos 80. Além de sucesso como músico, Brown também teve presença nas questões políticas dos Estados Unidos durante os anos 60 e 70.
Brown foi conhecido por inúmeros apelidos, incluindo Soul Brother Number One, Sex Machine, Mr. Dynamite, The Hardest Working Man in Show Business, The King of Funk, Minister of The New New Super Heavy Funk, Mr. Please Please Please Please Her, I Feel Good, The Original Disco Man[3] e principalmente The Godfather of Soul ("O Padrinho do Soul"). No livro "Sweet Soul Music" de Arthur Conley, ele é descrito como King of Soul ("Rei do Soul").

Infância

James Brown, cujos pais eram Susie Behlings e Joseph ("Joe") James Gardner (que mudou seu nome para Brown pois Mattie Brown o criou)[4] na pequena cidade de Elko (Carolina do Sul) durante a Grande Depressão. Brown, que teria o nome do pai, acrecido de "Jr.", foi incorretamente registrado como James Joseph Brown, Jr.[5] Quando criança, Brown era chamado de Junior. Quando mais tarde foi viver com a tia e um primo, ele passou a ser chamado de Little Junior pois seu primo também era chamado de Junior.[5]
Brown e sua família viviam em extrema pobreza.[6] Quando Brown tinha dois anos de idade, seus pais se separaram depois que sua mãe deixou seu pai para ficar com outro homem. Depois que a mãe abandonou a família, Brown continuou a vier com seu pai até a idade de seis anos. Depois desse período, Brown e seu pai se mudaram para Augusta (Geórgia).
Seu pai entregou Brown para uma tia, que administrava uma casa de prostituição. Embora Brown vivesse com parentes, passou longos períodos a própria sorte, perambulando pelas ruas.
Durante sua infância, Brown ganhava dinheiro engraxando sapatos, vendendo e trocando selos, lavando carros e louças além de cantar em concursos de talentos. Brown também fez shows para as tropas de Camp Gordon no começo da Segunda Guerra Mundial pois os comboios viajavam por uma ponte próxima à casa de sua tia. E assim, ganhando dinheiro nestas aventuras, Brown aprendeu a tocar gaita dada ele por seu pai. Tampa Red, famoso músico americano e que estava namorando uma das meninas da casa de sua tia, ensinou Brown a tocar guitarra; além disso, aprendeu com outros músicos a tocar piano e bateria. Brown quis se tornar artista após assistir Louis Jordan, um popular músico de jazz e R&B, se apresentado nos anos 40 com sua banda Tympany Five em um curta chamado "Caldonia".[7]
Quando adulto, Brown mudou legalmente seu nome, removendo o "Jr.".[8] Brown começou a praticar crimes em Augusta e na idade de 16 anos foi condenado por assalto a mão armada e enviado para um centro de detenção juvenil em Toccoa em 1949.
Enquanto estava na escola reformatória, conheceu Bobby Byrd, que viu Brown se apresentar na prisão. A família de Byrd ajudou em sua soltura antecipada após cumprir três anos de sua sentença. As autoridades concordaram em soltar Brown com a condição que ele conseguiria um emprego e não retornaria a Augusta ou Richmond County. Após tentar o boxe[9] e ser arremessador em um time semi-profissional de beisebol (uma carreira interrompida por uma lesão na perna), Brown focou toda sua energia na música.

 Carreira

A carreira de Brown atravessou décadas e influenciou profundamente o desenvolvimento de diferentes gêneros musicais.[10] Brown se apresentou em concertos, primeiro na região Sul dos EUA, depois por toda a América e então pelo mundo todo, além de se apresentar em shows de televisão e filmes. Embora tenha contribuído com o mundo musical por seus vários sucessos, Brown tem o título de artista que mais colocou singles nas paradas da Billboard Hot 100 sem nunca atingir o número um desta parada.[6][11]

 1955: The Famous Flames

Em 1955, Brown e a irmã de Bobby Byrd, Sarah se apresentaram em um grupo chamado "The Gospel Starlighters". Eventualmente Brown se juntava ao grupo vocal de Bobby Byrd, the Avons, e Byrd transformou o som do grupo em secular rhythm and blues. Após o nome do grupo ter sido mudado para The Flames, Brown e o grupo de Byrd foram para o Sul, o chamado "chitlin' circuit". O grupo então assinou um contrato com o selo Federal Records de Cincinnati; selo do mesmo grupo da King Records.
A primeira gravação do grupo foi o single "Please, Please, Please" em 1956. O single atingiu o número 5 da parada R&B, vendendo mais de um milhão de cópias. Nove subsequentes singles lançados pelos The Flames falharam em atingir o mesmo sucesso do single de estreia, e o grupo passou a sofrer o risco de sair da King Records.
As primeiras gravações de Brown foram composições inspiradas no gospel-R&B, altamente influenciadas pelo trabalho de músicos como Ray Charles e Little Richard. A relação com Little Richard foram particularmente significantes no desenvolvimento como músico e showman. Quando Richard deixou a música pop em 1957 para se tornar pregador, Brown substituiu Richard nas datas restantes. Vários músicos que acompanhavam Little Richard se juntaram ao grupo de Brown depois que Richard deixou a cena.
Brown atribuia a criação do funk aos Upsetters.[12]
Brown retornou as paradas em 1958 com o sucesso "Try Me". Este single foi o mais vendido entre os discos de R&B do ano, e se tornaria o primeiro de 17 canções que atingiriam o topo da parada R&B pelas próximas duas décadas.[13] No lançamento de "Try Me" em disco, o nome do grupo passou a ser James Brown and The Famous Flames.
Em 1959, Brown e os Famous Flames se mudaram da Federal Records para a King Records. Brown começou a ter recorrentes conflitos com o presidente da King Records Syd Nathan, a respeito de repertório e outras questões. Em um notável acontecimento, Brown gravou o sucesso de 1960 "(Do the) Mashed Potatoes" na gravadora Dade Records, de propriedade de Henry Stone, sobre o pseudônimo de "Nat Kendrick & The Swans" porque Nathan se recusou a permitir que fosse gravado na King.[14]

 Começo dos anos 60

Brown entrou nas paradas no começo dos anos 60 com sucessos como a cover "Night Train" em 1962. Enquanto os singles de Brown eram grandes hits no chamado chitlin' circuit, no Sul dos EUA e na parada R&B Top Ten, ele os Famous Flames não tinham sucesso nacionalmente até a apresentação ao vivo gravada no LP de 1963 Live at the Apollo. Brown financiou por si próprio a gravação do álbum, que foi lançado pela King Records com objeções do dono da gravadora Syd Nathan, que não viu potencial comercial em um álbum ao vivo sem nenhuma canção nova. Apesar das expectativas de Nathan, o álbum ficou nas paradas pop por quatorze meses, aingindo o número 2.[15] Em 1963 Brown uma versão da balada "Prisoner of Love" (seu primeiro sucesso a atingir o Top 20) e fundou (sob bons olhos da King Records) a incipiente Try Me Records, primeira tentativa de Brown em gerenciar uma gravadora.
Após o sucesso Live at the Apollo Brown lançou uma série de singles que, juntamente com o trabalho de Allen Toussaint em Nova Orleães, definiram a fundação da música funk. Com o sucesso de Live at the Apollo e o fracasso da King Records em expandir suas vendas diante do consumidor negro, James Brown e o amigo Bobby Byrd formaram uma companhia de produção, Fair Deal, para promover os discos de Brown perantes as plateias "brancas". Neste arranjo a Smash Records, uma subsidiária da Mercury Records foi usada como veículo para distribuir a música de Brown. A Smash lançou em 1964 "Out of Sight", que atingiu o número 24 nas paradas pop e apontou o caminho para o funk que viria a seguir.[16] Este disco disparou uma batalha legal entre a Smash e a King.[17]
Durante a metade dos anos 60, duas canções de Brown "Papa's Got a Brand New Bag" e "I Got You (I Feel Good)", ambas de 1965, foram sucessos tantos nas paradas pop como nas paradas R&B, sendo os singles mais vendidos por mais de um mês. Em 1966, "Papa's Got a Brand New Bag" venceu o Grammy na categoria "Melhor Gravação de Rhythm & Blues". Brown continuou ganhando fama com aparições em filmes como Ski Party e The T.A.M.I. Show, no qual ele e os Famous Flames (Bobby Byrd, Bobby Bennett e "Baby Lloyd" Stallworth) subiam ao palco com os The Rolling Stones.

 Final dos anos 60

Enquanto a década de 60 chegava ao fim, Brown continuava a refinar o novo idioma do funk. A canção de 1967 (que atingiu o número 1 na parada R&B), "Cold Sweat", algumas vezes citadas como a primeira canção funk, foi a primeira a conter um solo de bateria conhecido como "drum break". Os arranjos instrumentais de faixas como "Give It Up Or Turnit A Loose" e "Licking Stick-Licking Stick" (ambas gravadas em 1968) e "Funky Drummer" (gravada em 1969) apresentava uma versão mais desenvolvida do estilo que Brown apresentava até a primeira metade dos anos 60, com a sessão de sopro, guitarras, baixo e bateria misturados em intricados padrões e múltiplos riffs.
As mudanças no estilo de Brown que começaram com "Cold Sweat" também estabeleceram os fundamentos de outros sucessos de Brown, como "I Got the Feelin'" (1968) e "Mother Popcorn" (1969). Nesta época os vocais de BRown frequentemente tomavam a forma de um tipo de declamação rítmica, nem totalmente cantada nem totalmente falada. Isto se tornaria uma grande influência nas técnicas de fazer rap das décadas vindouras.
Em Novembro de 1967 James Brown comprou a estação de rádio WGYW em Knoxville por $75.000, de acordo com a revista Record World de 20 de Janeiro de 1968. As letras que identificavam a rádio foram mudadas para WJBE refletindo suas iniciais. A WJBE começou a operar em 15 de Janeiro de 1968 transmitindo Rhythm & Blues. O slogan da estação era "WJBE 1430 Raw Soul".
As gravações de Brown influenciaram artistas em toda a indústria musical, mais notadamente Sly Stone e sua Sly & the Family Stone, Charles Wright & the Watts 103rd Street Rhythm Band, Booker T. & the M.G.'s e cantores de soul como Edwin Starr, The Temptations, David Ruffin e Dennis Edwards. O então pubescente Michael Jackson levou os gritos e dança de James para o mainstream como líder dos The Jackson 5 da gravadora Motown. Estas mesmas faixas foram mais tarde ressucitadas por incontáveis músicos de hip-hop à partir dos anos 70. Como resultado, James Brown permanece até os dias de hoje como o artista mais sampleado da história[18] com "Funky Drummer" sendo a peça musical mais sampleada de todos os tempos.[19]
A banda de James durante este período empregou músicos e arranjadores vindos da tradição do jazz. James é citado pela sua habilidade como líder de banda e compositor misturando a simplicidade do R&B com a complexidade rítmica e precisão do jazz. O trompetista Lewis Hamlin e o saxofonista/tecladista Alfred "Pee Wee" Ellis lideravam a banda. O guitarrista Jimmy Nolen provinha riffs simples e percussivos em cada canção, além dos solos de saxofone de Maceo Parker. Outros membros da banda de James incluíam seu braço-direito Bobby Byrd, os bateristas John "Jabo" Starks, Clyde Stubblefield e Melvin Parker (irmão de Maceo), o saxofonista St. Clair Pinckney, o trombonista Fred Wesley, o guitarista Alphonso "Country" Kellum e o baixista Bernard Odum.
Durante este período, o império musical de Brown cresceu e expandiu sua influência na cena musical. Enquanto o império de Brown crescia seu desejo por independência financeira e musical também cresciam. Brown comprou estações de rádio no final dos anos 60, inluindo a WRDW emn Augusta, Georgia onde ele engraxava sapatos quando criança. Brown também gravou diversas canções com outros músicos. Gravou Gettin' Down To It (1969) e Soul on Top (1970), dois álbuns em sua maioria de baladas românticas e jazz, com o Dee Felice Trio e Louie Bellson Orchestra respectivamente. Gravou faixas com os Dapps, uma banda "branca" de Cincinnati, incluindo o hit "I Can't Stand Myself (When You Touch Me)". Também gravou três álbuns de canções natalinas com sua banda.

 Anos 70 e o J.B.'s

Brown depois de um concerto em Tampa em 29 de Janeiro de 1972.
Por volta de 1970, a maioria dos membros da banda de James em sua formação clássica tinha deixado a banda em busca de outras oportunidades, o grupo The Famous Flames também tinha acabado, com apenas o membro original Bobby Byrd permanecendo com Brown. Brown e Byrd contrataram uma nova banda que incluía futuros astros do funk, como o baixista Bootsy Collins, o irmão de Collins, o guitarrista Phelps "Catfish" Collins e o trombonista e diretor musical Fred Wesley. Esta nova banda foi chamada de "The J.B.'s" e fez sua estréia no single de 1970 "Get Up (I Feel Like Being A) Sex Machine". Embora os The J.B.'s tenham passado por diversas mudanças, com a primeira ocorrendo em 1971, foi a banda mais conhecida de James.
Em 1971, Brown começou a gravar pela Polydor Records que passara também a distribuir os discos do catálogo da King Records. Muitos amigos e músicos de apoio, como Fred Wesley & The J.B.'s, Bobby Byrd, Lyn Collins, Vicki Anderson e Hank Ballard, lançaram discos pela People Records, um selo fundado por Brown e que foi comprado pela Polydor como parte do novo contrato de James. A maioria das gravações feitas na People tinha a produção do próprio James Brown. Canções como "I Know You Got Soul" de Bobby Byrd, "Think (About It)" de Lyn Collins e "Doing It to Death" de Fred Wesley & The J.B.'s são consideradas parte do legado de Brown assim como as gravações lançadas sob seu próprio nome.
Em 1973, Brown fez as canções para o filme blaxploitation Black Caesar. Em 1974, fez uma turnê pela Africa e se apresentou no Zaire como parte da famosa The Rumble in the Jungle, a luta entre Muhammad Ali e George Foreman. Admiradores da música de Brown, incluindo Miles Davis e outros músicos de jazz, começaram a citar Brown como grande influência em seus próprios estilos. Entretanto, Brown, como outros que eram influenciados por suas músicas, também era influenciado por outros. O single de 1976 "Hot (I Need To Be Loved, Loved, Loved, Loved)" (número 31 da parada R&B) emprestou o riff principal da canção "Fame" de David Bowie, não ao contrário como muitos pensam.[20]
As gravações de Brown pela Polydor durante os anos 70 exemplificam as inovações de James nos 20 anos precedentes. Composições como "The Payback" (1973), "Papa Don't Take No Mess", "Stoned to the Bone" e "Funky President (People It's Bad)" (1974) e "Get Up Offa That Thing" (1976) estão entre as mais notáveis gravações durante este período.

 Final dos anos 70 e 80

Pela metade dos anos 70, o status de estrela de Brown estava em decadência, e os músicos chaves de sua banda como Fred Wesley o deixaram para se juntar ao Parliament-Funkadelic. O estilo disco pegou Brown de "guarda baixa" e anulou o estilo de puro funk nas pistas de dança. Seus álbuns de 1976 Get Up Offa That Thing e Bodyheat foram as primeiras aproximações de Brown ao ritmo da disco e as habilidosas produções. Enquanto os álbuns Mutha's Nature (1977) e Jam 1980s (1978) não geraram nenhum sucesso nas paradas, o LP de 1979 The Original Disco Man (um albúm de Disco Music) fez da canção "It's Too Funky in Here", seu último sucesso da década. Importante dizer que The Original Disco Man foi o único álbum que não foi produzido pelo próprio Brown; neste caso foi produzido por Brad Shapiro.
O contrato de Brown com a Polydor expirou em 1981, e sua agenda de gravações de turnês estava reduzida. Apesar destes eventos, Brown experimentou um ressurgimento durante os anos 80, aparecendo em filmes como The Blues Brothers, Doctor Detroit e Rocky IV, assim como uma participação especial em Miami Vice no episódio "Missing Hours" (1988). Também gravou Gravity, um álbum tanto quanto popular, lançado pela Scotti Bros., e o single de 1985 "Living in America", que fazia parte da trilha-sonora do filme Rocky IV. Em 1987, Brown venceu o Grammy por Melhor Vocal Masculino de R&B por "Living in America". Brown ainda colaborou com o artista de hip-hop Afrika Bambaataa no single "Unity".
Em 1988, Brown trabalhou com o time de produtores do grupo Full Force no álbum I'm Real, álbum este altamente influenciado pelo hip-hop, e que conseguiu colocar o single "Static" em número 5 na parada R&B. Enquanto isso o remix de "Give It Up Or Turnit A Loose", originalmente gravado em 1969 e presente na compilação In the Jungle Groove se tornou tão popular em pistas de hip-hop que um dos fundadores do hip-hop, Kurtis Blow chamou a canção de "o hino nacional do hip-hop".[21]

 Anos 90 e 2000

Depois de uma temporada na prisão no fim dos anos 80, Brown lançou o álbum Love Overdue com um novo single "Move On". A Polydor também lançou em 1991 um box com quatro CDs chamado Star Time. Quase todos os discos de James foram relançados em CD, sempre com faixas adicionais e comentários de especialistas. Em 1991, Brown apareceu no vídeo de MC Hammer "Too Legit to Quit" (ou "2 Legit 2 Quit"). Em 1993, James Brown lançou o álbum Universal James com os singles "Can't Get Any Harder", "How Long" e "Georgia-Lina". Em 1995, o álbum ao vivo Live at the Apollo 1995 foi lançado, apresentando uma nova faixa de estúdio "Respect Me", que foi lançada com single naquele mesmo ano. Os últimos LPs de Brown durante este período foram I'm Back de 1998 com o single "Funk on ah Roll", e o álbum de 2002 The Next Step com o single "Killing is Out, School is In", ambos de produzidos e co-escritos por Derrick Monk.
Apesar de alguns problemas com a lei, James continuou a se apresentar e gravar regularmente, e fez aparições em programas de televisão, filmes como Blues Brothers 2000 e eventos esportivos.

 James Brown Revue

Por muitos anos, os shows da turnê de Brown eram as mais extravagantes produções na América. Na época de sua morte, sua banda incluía três guitaristas, dois baixistas, dois bateristas, três na sessão de sopro.[22] Brown empregava entre 40 e 50 pessoas para a turnê James Brown Revue, que chegava a 330 shows por ano.[23][24]

 Introdução ao show

Antes de James Brown entrar no palco, seu mestre de cerimônias pessoal lhe dava uma elaborada introdução, citando as alcunhas de Brown e suas principais canções. A introdução de Fats Gonder, captada no álbum de 1963 Live at the Apollo, é um exemplo representativo:
So now ladies and gentlemen it is star time, are you ready for star time? Thank you and thank you very kindly. It is indeed a great pleasure to present to you at this particular time, national and international[ly] known as the hardest working man in show business, the man that sings "I'll Go Crazy" … "Try Me" … "You've Got the Power" … "Think" … "If You Want Me" … "I Don't Mind" … "Bewildered" …the million dollar seller, "Lost Someone" … the very latest release, "Night Train" … let's everybody "Shout and Shimmy" … Mr. Dynamite, the amazing Mr. Please Please himself, the star of the show, James Brown and The Famous Flames!![25]
Entre os MCs que trabalharam com Brown em sua turnê durante os anos, o mais famoso foi Danny Ray, que apareceu no palco com ele durante 30 anos.

 Repertório e formato

As apresentações de James Brown eram famosas pela intensidade e duração. Seu objetivo pessoal era "dar as pessoas mais do que elas vieram buscar — fazê-las cansar, porque é para isso que elas vieram.'"[26] O repertório dos shows consistia em sua maioria de seus próprios sucessos e canções mais recentes, com algumas covers. Brown dançava vigorosamenteenquanto cantava, fazendo passos de dança, entre eles o famoso Mashed Potato. Além disso, os músicos e cantores de apoio (The Famous Flames) apresentavam danças coreografadas, e nas últimas apresentações, a turnê incluía dançarinos. Brown exibia roupas extravagantes e cabelos perfeitamente cortados que completavam o visual.
Um concerto de James Brown tipicamente incluíam artistas convidados como Vicki Anderson ou Marva Whitney, e uma faixa instrumental apenas com a banda, que muitas vezes servia como abertura para o show. Embora Brown tenha lançado muito álbuns ao vivo, o álbum Say It Live & Loud: Live in Dallas 08.26.68, lançado pela Polydor em 1998, foi o único que captou um show do começo ao fim.

 A capa

Uma das marcas registradas dos shows de James era que durante a canção "Please, Please, Please", Brown caía de joelhos enquanto segurava o microfone, enquanto o MC jogava uma capa sobre seus ombros e o escoltava para fora do palco enquanto os Famous Flames continuavam cantando "Please, please don't go-oh-oh".[27] Brown então tirava a capa e entrava novamente no palco para o encerramento. Esta "encenação" foi repetida muitas vezes e pode ser vista durante os créditos finais de Blues Brothers 2000.
A encenação da capa de Brown foi inspirada por uma encenação similar feita pelo lutador de wrestling Gorgeous George.[25][28]

O líder da banda

Brown exigia extrema disciplina, perfeição e precisão de seus músicos e dançarinos — inclusive durante os ensaios para as turnês, as pessoas deveriam usar o mesmo "uniforme" ou "vestimenta" que usariam durante os shows.[29] Durante uma entrevista conduzida por Terri Gross durante o segmento "Fresh Air" da rádio NPR, Maceo Parker, um antigo saxofonista da banda de Brown durante os anos 60, 70 e 80 contava sua experiência em relação as exigências que Brown fazia da banda:
Você tinha que ser pontual. Tinha que ter seu uniforme. Suas coisas tinha que estar intactas. Tinha que ter sua gravata borboleta. Você tinha que tê-la. Você não podia aparecer sem a gravata borboleta. Os sapatos deveriam estar engraxados. Você tinha que ter suas coisas. Isto é o que Brown esperava. Maceo Parker[30]

Brown tinha outras regras em relação a sua banda, inclusive com aplicação de multas a quem quebrasse suas regras como calçar sapatos não engraxados, dançar fora da sincronia e entrar atrasado no palco.[31] Durante algumas de suas apresentações, Brown dançava em frente a sua banda com as costas voltadas para a plateia enquanto deslizava pelo palco, fazendo sinais com as mãos e dedos na batida da música. Embora a plateia pensasse que isto fazia parte da dança, esta prática na verdade tinha o intuito de apontar o membro da banda que tinha tocado ou cantado fora do tom ou cometido outra infração. Brown usava sinais com as mãos para alertar o músico que teria que pagá-lo por quebrar suas regras.[32]





Morte e Consequências

 Morte

Memorial de James Brown em Augusta, Geórgia.
Em 23 de Dezembro de 2006, James Brown, doente, apareceu no escritório do seu dentista em Atlanta, Geórgia várias horas depois do horário marcado para um implante dentário. Durante esta visita, o dentista de Brown observou que ele parecia "muito mal… fraco e tonto". Ao invés de fazer o implante, o dentista recomendou que Brown fosse ao médico imediatamente.
Brown foi ao Hospital Crawford Long na Universidade de Emory em Atlanta em 24 de Dezembro de 2006 para uma avaliação médica de suas condições, e deu entrada neste hospital para observação e tratamento.[47] De acordo com Charles Bobbit, amigo e agente de longa data, Brown tinha estado doente e com tosse desde de seu retorno de uma viagem a Europa em Novembro.[46] Bobbit acrescentou que era característico de Brown nunca contar ou reclamar a alguém sobre estar doente, inclusive durante shows.[46] Embora Brown tivesse cancelado shows em Waterbury (Connecticut) e Englewood, Brown estava confiante que o médico iria dispensá-lo do hospital a tempo de realizar shows na véspera do Ano Novo.
Para as celebrações de Ano Novo, Brown estava agendado para se apresentar no Teatro Count Basie em Nova Jérsei e no B. B. King Blues Club em Nova Iorque, além disso faria uma apresentação ao vivo na CNN no programa especial de fim de Ano de Anderson Cooper.[47] No entanto, Brown permaneceu internado e seu estado de saúde piorou ao longo desse dia.
Em 25 de Dezembro de 2006, Brown morreu aproximadamente a 1:45 da manhã insuficiência cardíaca resultante de complicações da pneumonia, estando ao seu lado, seu agente Frank Copsidas e seu amigo Charles Bobbit.[48] De acordo com Bobbit, Brown proferiu as palavras "Estou indo embora esta noite".[49]

Funeral

Memorial público para James Brown no Apollo Theater, 2006.
Após a morte de Brown, parentes e amigos, muitas celebridades e milhares de fãs compareceram aos funerais realizado no Apollo Theater em Nova Iorque em 28 de Dezembro de 2006 and e na James Brown Arena em 30 de Dezembro de 2006 em Augusta.[37] Um funeral separado também ocorreu na cidade de North Augusta, Carolina do Sul em 29 de Dezembro de 2006,[36] onde compareceram amigos e a família. Algumas das celebridades que compareceram aos funerais: Michael Jackson, Joe Frazier, Dick Gregory, MC Hammer, Jesse Jackson, Bootsy Collins, LL Cool J, 50 Cent e Don King.[50][51][52][53] Todos os funerais foram presididos pelo reverendo Al Sharpton.[54][55]

Último desejo e Testamento

James Brown assinou seu testamento em 1° de Agosto de 2000, perante o advogado Strom Thurmond, Jr.[56] Albert "Buddy" Dallas foi nomeado como um dos três representantes pessoais dos imóveis de Brown. O testamento de Brown cobria seus bens pessoais, como roupas, carros e jóias, direitos de música e a empresa James Brown Enterprises.[57]
Durante a leitura do testamento em 11 de Janeiro de 2007, Thurmond revelou que os seis filhos adultos de Brown (Terry Brown, Larry Brown, Daryl Brown, Yamma Brown Lumar, Deanna Brown Thomas e Venisha Brown) estavam no testamento. Hynie e James II não estavam inclusos.[56][58] O testamento de Brown foi assinado 10 meses antes do nascimento de James II e mais de um ano antes do casamento de James com Tomi Rae Hynie.[59]
Em 24 de Janeiro de 2007, os filhos de Brown abriram um processo contra os representantes pessoais dos imóveis de Brown. Em sua petição, pediam a côrte para remover os representantes dos imóveis de seu pai (incluindo o advogado de Brown e Albert "Buddy" Dallas) e que fosse apontado um novo administrador.

 Enterro em local temporário

Após os serviços funerários públicos o corpo de James Brown permaneceu no caixão em uma sala com temperatura controlada. O caixão de Brown mais tarde mudou-se para um local desconhecido, enquanto seus filhos e Tomi Rae Hynie se envolveram em disputas sobre o lugar de descanso final de Brown e assuntos relacionados ao seu testamento.[62] Mais de dez semanas após a morte de Brown, os filhos e Hynie decidiram onde o corpo ficaria temporariamente. Brown foi enterrado em 10 de Março de 2007 em uma cripta na casa de Deanna Brown Thomas, uma das filhas de Brown.
De acordo com a família de James, o corpo permanecerá enterrado neste local temporário até que um mausoléu seja construído.[63][64] Para transformar o local de descanso de Brown em uma atração para visitantes, a família de Brown planeja consultar a família de Elvis Presley no sentido de converter o local em atração similar a Graceland.[63][65]
Segundo o Daily Mirror, a filha do cantor e compositor norte-americano James Brown afirmou que o corpo de seu pai foi roubado. LaRhonda Pettit, disse ainda que descobriu o ocorrido quando a família decidiu que realizaria uma autópsia no corpo de Brown porque sua morte foi um tanto confusa para os parentes.

Premiações

Escultura em bronze de James Brown em Augusta, Geórgia.
James Brown recebeu uma variedade de premiações e honras durante sua vida e até após sua morte. Em 1993, o conselho da cidade de of Steamboat Springs no Colorado fizeram uma votação entre os residentes para escolher um novo nome para a ponte que cruzava o rio Yampa. O nome vencedor com 7.717 votos foi "James Brown Soul Center of the Universe Bridge". James Brown apareceu na cerimônia de inauguração do evento.[66] Alguns moradores fizeram uma petição para que o nome fosse revertido para o original "Stockbridge" por razões históricas, mas logo desistiram pela popularidade do nome de James Brown. Brown retornou à Steamboat Springs em 4 de Julho de 2002 para uma apresentação ao ar-livre ao lado de outras bandas como String Cheese Incident.[67]
Em 1983, Brown foi indicado ao "Georgia Music Hall of Fame". Além disso, Brown foi um dos primeiros homenageados no Rock and Roll Hall of Fame, durante o jantar inaugural 23 de Janeiro de 1986. Em 25 de Fevereiro de 1992, Brown foi premiado com o Lifetime Achievement Award na 34ª edição do Grammy Awards. Exatamente um ano mais tarde, recebeu um prêmio na quarta edição do Rhythm & Blues Foundation Pioneer Awards.[68] Uma cerimônia foi realizada em 10 de janeiro de 1997 para homenageá-lo com uma estrela na Calçada da Fama.[68]
Em 15 de junho de 2000, Brown foi um dos indicados para o New York Songwriters Hall of Fame. Em 14 de Novembro de 2006, Brown foi indicado para o UK Music Hall of Fame, e foi um dos que se apresentaram na cerimônia.[69]
Brown também foi honrado na cidade de Augusta na Geórgia por sua atividades filantrópicas e civis. Em 20 de Novembro de 1993, o prefeito de Augusta Charles DeVaney homenageou James com a inauguração do "James Brown Boulevard".[68] Em 6 de Maio de 2005, como presente pelo seu 72° aniversário, Brown recebeu da cidade de Augusta uma estátua de bronze em tamanho natural na rua Broad.[68]
Durante a 49º edição do Grammy Awards que aconteceu em 11 de Fevereiro de 2007, a famosa capa de James Brown foi colocada sobre um microfone por Danny Ray (seu M.C. por mais de 30 anos). Durante o mesmo evento, Christina Aguilera cantou um dos sucessos de Brown, "It's a Man's Man's Man's World".[70]
Em 22 de Dezembro de 2007, a premiação "Tribute Fit For the King of King Records" em honra a James Brown aconteceu no Madison Theater em Covington no Kentucky. O tributo, organizado por Bootsy Collins, teve apresentações de Afrika Bambaataa, Chuck D do Public Enemy, The Soul Generals, Buckethead, Freekbass e Triage. Comediante Michael Coyer foi um dos apresentadores do evento. Durante o show, o prefeito de Cincinnati proclamou dia 22 de Dezembro como "James Brown Day".[71] Tem sido comentado que um filme com a biografia de James Brown está a caminho e que Spike Lee seria o diretor.

Discografia

Álbuns notáveis

Quatro dos álbuns de James Brown aparecem na lista de 2003 da revista Rolling Stone, os 500 maiores álbuns de todos os tempos:
Além disso, o álbum duplo de 1970 Sex Machine ficou na 96ª posição da lista dos 100 maiores álbuns de todos os tempo apresentada pelo canal britânico Channel 4.[73] Outros álbuns de Brown assim como de sua banda, The J.B.'s serviram de fonte para milhares de samples, incluindo:
O disco duplo de 1968 Live at the Apollo, Vol. II foi notavelmente influente para os músicos de sua época e permanece como um exemplo clássico de energia e interação com a platéia, assim como um documento vivo da transformação de sua música do R&B para o funk.

Singles notáveis

Até o começo dos anos 70, Brown era famoso muito mais pelos seus shows e singles, do que pelos seus álbuns (seus LPs ao vivo eram uma exceção). Seis dos seus singles aparecem na lista de 2004 da revista Rolling Stone, as 500 maiores canções de todos os tempos:

Relançamento de singles

Em 2006, a Hip-O Select Records iniciou o relançamento completo de todos os singles de James Brown (lados A e B) em CD. Até Outubro de 2009, oito volumes tinham sido lançados: The Federal Years: 1956-1960, The Singles: 1960-1963, The Singles: 1964-1965, The Singles: 1966-1967, The Singles: 1967-1969, The Singles: 1969-1970, The Singles: 1970-1972 e The Singles: 1972-1973.

Filmografia


 

Tim Maia


Sebastião Rodrigues Maia, popularmente conhecido como Tim Maia (Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1942Niterói, 15 de março de 1998) foi um cantor e compositor brasileiro, um dos pioneiros na introdução do estilo soul na MPB e um dos maiores ícones da música no Brasil. Suas músicas eram marcadas pela rouquidão de sua voz, sempre grave e carregada, conquistando grande vendagem e consagrando sucessos como "Azul da Cor do Mar" (1970), "Não Quero Dinheiro" (1971), "Gostava Tanto de Você" (1973), "Sossego" (1978), "O Descobridor dos Sete Mares" (1983), "Mê Dê Motivo" (1983).
Nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca, onde em sua infância já teve contato com pessoas que viriam a ser grandes cantores, como Jorge Ben Jor e Erasmo Carlos. Iniciou sua carreira artística no vocal e no violão do grupo Tijucanos do Ritmo na Igreja dos Capuchinhos. Em 1957, integrou o grupo The Sputniks, onde cantou junto a Roberto Carlos. Em 1959, emigrou para os Estados Unidos, onde teve seus primeiros contatos com o soul, vindo a ser preso e deportado por roubo e porte de drogas.
Em 1970, gravou seu primeiro LP "Tim Maia", que rapidamente tornou-se um sucesso país afora com músicas como "Azul da cor do mar", "Primavera" e "Eu Amo Você". Nos três anos seguintes, lançou os discos Tim Maia (volume 2, 3 e 4), fazendo sucesso com "Não Quero Dinheiro" e "Gostava tanto de você". De 1975 a 1977, Tim aderiu à doutrina Cultura Racional, lançando, durante este período, "Que Beleza" e "Rodésia". Pela decadência de suas músicas "racionais", desiludiu-se com a doutrina e voltou ao seu antigo estilo de música, lançando sucessos como "Sossego", "Descobridor dos Sete Mares", "Me Dê Motivo" e "Do Leme ao Pontal". Em 1985, fez sucesso ao regravar "Um Dia de Domingo" com Gal Costa. Em 1988, venceu o Prêmio Sharp na categoria "Melhor Cantor".
Muitas de suas músicas foram gravadas sob a editora Seroma e a gravadora Vitória Régia Discos, sendo um dos primeiros artistas independentes do Brasil. Ganhou o apelido de "síndico do Brasil" de seu amigo Jorge Ben Jor na música W/Brasil. Na década de 1990, diversos problemas assolaram a vida do cantor: problemas com as Organizações Globo, tendo inclusive movido processos judiciais contra o Jornal O Globo, e ainda a saúde precária, devido ao uso constante de drogas ilícitas e o agravamento de seu grau de obesidade. Sem condições de realizar um show no Teatro Municipal de Niterói, saiu em uma ambulância e, após duas paradas cardiorrespiratórias, faleceu em 15 de março de 1998. É amplo seu legado à história da música brasileira, tendo inaugurado um estilo que futuramente viria a ser cantado por diversos artistas, como seu sobrinho Ed Motta.

Carreira

Primeiros anos

Nascido no Bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, na Rua Afonso Pena 24, começou a compor melodias ainda criança e já surpreendia a numerosa família, era o penúltimo de 19 irmãos.
Destacou-se pelo pioneirismo em trazer para a MPB o estilo soul de cantar. Com a voz grave e carregada, tornou-se um dos grandes nomes da música brasileira, conquistando grande vendagem e consagrando sucessos, lembrados até hoje, e que influenciaram o sobrinho, o cantor Ed Motta.
Tim Maia começou na música tocando bateria num grupo Tijucanos do Ritmo, formado na Igreja dos Capuchinhos próxima a sua casa, passando logo para o violão. Tim nessa época era conhecido como Babulina, por conta da pronúncia do rockabilly Bop-A-Lena de Ronnie Self (apelido que Jorge Ben tinha pelo mesmo motivo)[3]
Em 1957, fundou o Grupo vocal The Sputniks, do qual participaram Roberto Carlos, Arlênio Silva, Edson Trindade e Wellington, ao contrário do que muitos pensam Erasmo Carlos nunca fez parte do grupo; Erasmo fez parte do The Snakes, grupo que acompanhava tanto Roberto quanto Tim após o fim do The Sputniks. Em 1959, foi para os Estados Unidos, onde estudou inglês e entrou em contato com a soul music, chegando a participar de um grupo vocal, o The Ideals. No entanto 4 anos mais tarde viria a ser deportado de volta para o Brasil, preso por roubo e posse de drogas.
Em 1968, Tim produziu o álbum "A onda é o Boogaloo" de Eduardo Araújo, o álbum trouxe a sonoridade da Soul Music para a Jovem Guarda[4].
No mesmo ano, Roberto Carlos grava uma canção de sua autoria, "Não Vou Ficar" para o álbum O Inimitável, a canção também fez parte da trilha sonora do filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa[5].
Seu primeiro trabalho solo foi um compacto pela CBS em 1968, que trazia as músicas "Meu país" e "Sentimento" (ambas de sua autoria, como todas as músicas sem indicação de autor). Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com "These are the Songs" (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele, e incluída no álbum Em pleno verão, de Elis) e "What Do You Want to Bet".

 Anos 1970

Em 1970 gravou seu primeiro LP, "Tim Maia", na Polygram, por indicação da banda "Os Mutantes", que permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas. Neste disco, obteve sucesso com as faixas "Azul da cor do mar", "Coronel Antônio Bento" (Luís Wanderley e João do Vale), "Primavera" (Cassiano) e "Eu Amo Você".
Nos três anos seguintes, com a mesma gravadora, lançou os discos Tim Maia volume II, tornando-se cada vez mais famoso com canções como a dançante "Não Quero Dinheiro (Só quero amar)", na era Disco; Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, no qual se destacaram "Gostava tanto de você" (Edson Trindade) e "Réu confesso". Em 1975 gravou os LPs Tim Maia racional vol. 1 e vol. 2. Em 1978 gravou para a Warner Tim Maia Disco Club claramente inspirada pela Disco Music, Tim foi acompanhado pela Banda Black Rio, neste álbum gravo um de seus maiores sucessos, "Sossego".[6]

Fase racional (1975-1976)

Na década de 1970 entrou em contato com a doutrina Cultura Racional, liderada por Manuel Jacinto Coelho, um mestre de uma nova doutrina (que faz todos conhecerem de onde viemos e para onde vamos), quando lançou, (1975), os álbuns Tim Maia Racional, volumes 1 e 2 pelo selo Seroma (palavra "amores" ao contrário e abreviação do próprio nome "Sebastião Rodrigues Maia").
São considerados por muitos os melhores de Tim Maia, com grandes influências de funk e soul e pelo fato de que nesta época Tim Maia manteve-se afastado dos vícios, o que refletiu na qualidade de sua voz.
Desiludido com a doutrina, percebeu que o mestre Manuel não correspondeu ao ideal de um mestre. O cantor, revoltado, tirou de circulação os álbuns, tendo virado item de colecionadores, devido à raridade. Deste disco existem várias pérolas, uma das quais é Imunização Racional.
Já nos anos 2000 foram descobertas novas músicas pertencentes à "fase racional", no que foi intitulado de verdadeiro "racional 3", podendo-se mencionar as faixas: "You Gotta Be Rational", "Escrituração Racional", "Brasil Racional", "Universo em Desencanto Disco", "O Grão Mestre Varonil", "Do Nada ao Tudo" e "Minha Felicidade Racional", disponibilizadas apenas na Internet.
Após o término de sua fase racional, Tim voltou a seu antigo estilo de música e vida e mais sucessos se seguiram: "Sossego" (do LP "Tim Maia Disco Club", de 1978), "Descobridor dos Sete Mares" (faixa-título do LP de 1983, que também trouxe "Me Dê Motivo") e "Do Leme ao Pontal" (de "Tim Maia", 1986).

Anos 1980

Lançou em 1983 o LP "O Descobridor dos Sete Mares", com destaque para a canção-título "O Descobridor dos Sete Mares" (Michel e Gilson Mendonça) e para Música "Me dê Motivo" (Michael Sullivan/Paulo Massadas) um dos seus maiores sucessos. Em 1985, gravou Um Dia de Domingo, também de Sullivan e Massadas, num dueto com Gal Costa, obtendo grande sucesso. Outro disco importante da década de 1980 foi "Tim Maia" (1986), que trazia o hit "Do Leme ao Pontal". Artista com histórico de problemas com as gravadoras, na década de 1970 fundou seu próprio selo, primeiramente "Seroma" e depois "Vitória Regia". Por ele, lançou em 1990 "Tim Maia interpreta clássicos da bossa nova", e mais tarde "Voltou a clarear" e "Nova era glacial". Em 1988, venceu o Prêmio Sharp de música na categoria "Melhor Cantor".

 Anos 1990

Descontente com as gravadoras, Tim Maia retomou a ideia da editora Seroma e da gravadora Vitória Régia Discos, pela qual passou a fazer seus lançamentos. Regravado por artistas do pop (Titãs, Paralamas do Sucesso, Marisa Monte), Tim retribuiu a homenagem gravando "Como Uma Onda", de Lulu Santos e Nelson Motta, que foi grande sucesso nos anos 1990, juntamente com seu álbum ao vivo, de 1992. De Jorge Ben Jor, ganharia o apelido de "o síndico do Brasil", na música "W/Brasil". Ao longo da década, Tim gravaria discos de bossa nova (um deles com Os Cariocas) e de versões clássicos do pop e do soul ("What a Wonderful World").
Em 1993, dois acontecimentos impulsionaram sua carreira: a citação feita por Jorge Ben Jor na canção "W/Brasil" e uma regravação que fez de "Como Uma Onda" (Lulu Santos e Nelson Motta) para um comercial de televisão, de grande sucesso e incluída no CD "Tim Maia", do mesmo ano. Assim, aumentou muito a produtividade nesta década, gravando mais de um disco por ano com grande versatilidade: o repertório passou a abranger bossa nova, canções românticas,funks e souls. Também teve muitas composições regravadas por artistas da nova geração, como Paralamas do Sucesso e Marisa Monte.
Em 1996 lançou dois CDs ao mesmo tempo: "Amigo do rei", juntamente com Os Cariocas, e "What a Wonderful World", com recriações de standards do Soul e do Pop norte-americanos dos anos de 1950 a 1970. Em 1997 lançou mais três CDs, perfazendo 32 discos em 28 anos de carreira. Nesse mesmo ano fez uma nova viagem aos Estados Unidos.

 Vida pessoal

Teve graves problemas com vícios. Chegava a beber três garrafas de uísque por dia, além do uso de maconha e cocaína. Colecionou desafetos e processos trabalhistas — de músicos contra ele e dele contra gravadoras —, além de renegar publicamente antigas amizades, ameaçar críticos e faltar a espetáculos. Exemplo disso foi o atraso de três horas para um show no clube Noites Cariocas; isto porque Tim desejou receber o cachê em espécie para cantar, e, mesmo após ter seu desejo atendido, recusou-se a pegar o bondinho por medo de altura. Passou anos sem se apresentar na Rede Globo e acusava o executivo da emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, de ser o culpado pelo boicote. Outro conhecido inimigo ele denominava ETA, "Exploradores do Talento Alheio", formado por empresários e donos de casas de espetáculos.
Viveu nos Estados Unidos entre 1959 e 1963, até ser preso por roubo de automóvel e posse de drogas, sendo em seguida deportado. Após voltar chegou a ser preso outra vez pelo furto de uma mesa e passou 11 meses encarcerado no Rio de Janeiro.
Tim Maia filiou-se ao PSB em 1997. No final de sua vida sofreu com problemas relacionados a obesidade, diabetes e problemas respiratórios. Durante a gravação de um espetáculo para a TV no Teatro Municipal na cidade de Niterói, no dia 3 de março de 1998, Tim tentou cantar, mesmo sabendo de sua má condição de saúde. Não conseguiu e retirou-se sem dar explicações; terminou sendo levado para o hospital numa ambulância, vindo a falecer em 15 de Março em Niterói aos 55 anos e com 140 quilos, após internação hospitalar devido a uma infecção generalizada. No ano seguinte, seria homenageado por vários artistas da MPB num show tributo, que se transformou em disco, especial de TV e vídeo.
Deixou dois filhos, Márcio Leonardo, o Léo Maia, e Telmo (caçula, que foi registrado oficialmente pela mãe como Carmelo Maia, mas era Telmo como o pai o chamava). Léo Maia,[7] o mais velho, foi assumido por Tim Maia ainda na barriga da mãe, mesmo ele sabendo que não era dele, pois a conheceu grávida. Ela era separada do namorado, pai de seu filho que não assumiu a paternidade. Tim e Geisa passaram a namorar, mas se separaram depois de algumas brigas. Quando reataram, ela estava grávida de novo de um outro homem que também a tinha abandonado, e o grande mestre da MPB reatou o romance de anos e assumiu também a paternidade dessa criança e se casaram. Ambos são filhos de Geisa com dois outros homens. A paixão de Tim Maia pelos filhos era tão grande que no álbum de 1976 lançou a música "Márcio Leonardo e Telmo", onde, profeticamente, previu a carreira musical do filho Léo Maia (Márcio Leonardo). "O Márcio Leonardo veio na SEROMA pra tocar". SEROMA era o nome do selo de Tim Maia - abreviação de Sebastião Rodrigues Maia. Tinha orgulho em dizer que pai era quem criava e não quem colocava no mundo. Ele não teve filhos biológicos, pois se dedicava a criação dos filhos de Geisa e a sua carreira.

Homenagens

Em janeiro de 2001, em uma homenagem inusitada, o guitarrista Robin Finck do Guns N' Roses tocou uma versão rocker de seu sucesso Sossego, durante a apresentação da banda no Rock In Rio III.[8]
Entre tantas homenagens de qualidade já feitas a ele a mais recente foi no dia 14 de dezembro de 2007, a Rede Globo homenageou Tim no especial Por Toda a Minha Vida.
Em 2009, o cantor foi homenageado no programa Som Brasil com participações de Leò Maia, Seu Jorge, Thalma de Freitas, Marku Ribas, Carlos Dafé, Taryn Spielman e a banda Instituto.[9]

Discografia

Álbuns de estúdio

Ano
Título
Formato
1970
LP e CD
1971
LP e CD
1972
LP e CD
1973
LP e CD
1975
LP e CD
1976
LP e CD
1976
LP e CD
1977
LP
1978
LP
1978
LP
1978
LP e CD
1979
LP
1980
LP e CD
1982
LP e CD
1983
LP e CD
1984
LP e CD
1985
LP e CD
1986
LP e CD
1987
LP e CD
1988
LP e CD
1990
CD
1990
LP e CD
1991
LP e CD
1993
LP e CD
1993
CD
1994
CD
1995
CD
1997
CD
1997
CD
1997
CD
1997
CD
1997
CD
1998
CD
1999
CD
1999
CD
2001
CD
2001
CD
2002
CD
2002
CD
2002
CD
2003
CD
2004
CD
2004
CD
2004
CD
2006
CD
2006
CD

Ao vivo

Ano
Título
Formato
1992
CD
1998
CD
2007
CD